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Embraer (EMBR3) dispara 11% em rali da bolsa junto com WEG (WEGE3) e Suzano (SUZB3); entenda como decreto de Trump impulsionou essas e outras ações

A empresa mais beneficiada com o decreto desta quarta-feira (30) do governo norte-americano. Foi assim que o Citi classificou a Embraer (EMBR3) e parece que o mercado concordou com o banco. As ações da fabricante de aeronaves dispararam hoje, para fechar o dia com alta de 10,93%, liderando os ganhos do Ibovespa

Os papéis da Embraer também puxaram os negócios na B3, com mais de R$ 1,2 bilhão em giro financeiro, cotados a R$ 76,25 — maior preço de fechamento desde 9 de julho — quando Donald Trump surpreendeu o mercado com o anúncio do tarifaço aos produtos brasileiros.

Hoje, também foi uma notícia sobre as tarifas que deram impulso às ações da empresa — e não só às dela: Suzano (SUZB3) e WEG (WEGE3) também surfaram no rali de hoje da bolsa. 

Mais cedo, a Casa Branca anunciou que prorrogou para 6 de agosto o “Dia D” das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e retirou determinados modelos de aviões e helicópteros da lista, além de diversos outros itens. O prazo venceria na sexta-feira, 1º de agosto.

Embraer puxa a fila das empresas beneficiadas

Para o Citi, a Embraer é a empresa mais claramente beneficiada pelo decreto de hoje da Casa Branca. 

“A vencedora mais clara é a Embraer, que acumula alta de 10% no período intradia após a divulgação das notícias”, destacam os analistas do Citi, Andre Mazini, Filipe Nielsen, Kiepher Kennedy, e Piero Trotta.

A equipe observa ainda que o avião comercial E175 produzido pela Embraer tem pouca ou nenhuma concorrência no mercado norte-americano, sendo a única aeronave regional atualmente em conformidade com as cláusulas de escopo.

As companhias aéreas dos EUA já haviam emitido comunicados mencionando que tarifas de 50% seriam muito prejudiciais para suas operações.

Já o UBS BB considerou positiva para Embraer a decisão da Casa Branca de excluir aeronaves civis e peças do tarifaço, favorecendo a divisão comercial e executiva da empresa brasileira.

“Nossa ideia inicial indica que os primeiros 10% [de tarifas] continuam, com a exclusão se aplicando aos 40% ad valorem (conforme o valor)”, destacam os analistas Alberto Valerio, Andressa Varotto e Rafael Simonetti.

A própria Embraer se manifestou sobre as isenções, afirmando que as tarifas de 10% sobre as exportações para os EUA continuam valendo e que apoia o diálogo entre norte-americanos e brasileiros. 

“A notícia confirma a importância estratégica da companhia tanto para o Brasil como para os EUA”, disse.

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Suzano, WEG e as ações que pegaram carona no rali das tarifas

A mudança na abordagem das tarifas para o Brasil — pelo menos por enquanto — também reabriu o apetite pelas ações da Suzano, após a exclusão da celulose da tarifa de 50%. Os papéis subiram 0,64%, a R$ 51,18. 

Para o Itaú BBA, a notícia da isenção é positiva para a Suzano, uma das empresas mais impactadas com a tarifa, com aproximadamente 15% das receitas geradas nos EUA.

“Não deixa de ser positiva para o setor como um todo, levando em consideração que o deslocamento das quase 2 milhões de toneladas de celulose da Suzano para outras regiões poderia pressionar preços de maneira significativa”, disse o analista Daniel Sasson.

A WEG foi igualmente favorecida pela trégua na guerra comercial, que fez o Ibovespa subir 0,95%, para 133.989,74 pontos, com apenas 10 papéis no negativo. As ações WEGE3 inverteram o sinal e subiram 0,87%, a R$ 36,93, ao final do pregão de hoje. 

A fabricante de motores e equipamentos reiterou que tem um plano de ação estruturado para mitigar eventuais impactos das tarifas de 50% impostas pelos EUA a produtos brasileiros, caso elas alcancem os itens exportados para o mercado norte-americano.

“Essa resposta é viabilizada pela nossa presença industrial global, construída ao longo dos últimos anos com investimentos estratégicos em capacidade produtiva em diversas regiões”, disse a empresa em nota.

Também se beneficiaram da notícia das tarifárias os papéis mais sensíveis ao ciclo econômico. Apesar da alta observada no mercado de juros futuros, GPA avançou 5,80%, seguido por Magazine Luiza (5,16%), Yduqs (+4,60%), Cogna (+4,14%), Petz (+3,62%) e Hapvida (+3,17%).

A ação Gerdau (GGBR4) — empresa que tem plantas nos EUA — também avançou, apagando as perdas da véspera, e subiu 1,62%. Metalúrgica Gerdau teve alta 1,83%.

Apesar de não integrarem a lista de produtos isentos das tarifas de Trump, frigoríficos brasileiros apresentaram forte alta hoje. BRF (+2,46%) liderou os ganhos do setor, seguida por Marfrig (+2,91%) e Minerva (+3,19%). 

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Francisco Gomes

Blog sobre finanças pessoais, investimentos, renda extra, ações, Tesouro Direto e FIIs. Escritor e investidor com foco em expansão internacional

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